THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

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quinta-feira, 4 de junho de 2020

O que eu faria pelo meu eu do passado

Assisto atualmente a uma infinidade de filmes que falam sobre a possibilidade de viagens no tempo. De voltar e corrigir as falhas.
De ser capaz de se enxergar como antes e se dar conselhos que o seu ''eu'' de agora talvez escolhesse seguir.
Quase que diariamente o questionamento ''O que você diria ao seu eu de (insira uma idade aqui)?'' ganha textos em redes sociais e a reflexão, que para a maioria das pessoas é praticamente a mesma: Eu gostaria de ter - ou não ter - feito algo.
Me pego olhando pra trás hoje com a leveza e a calma de saber que é impossível exigir do meu eu do passado a compreensão que tenho agora. Mesmo que eu pudesse voltar no tempo, jamais poderia impedir-me de errar e de insistir no erro. Porque afinal, só a partir disso viria a resolução que existe hoje e traz uma percepção tão grandiosa sobre a vida.
No entanto, não posso dizer que não tenho curiosidade em me assistir da forma como eu fui um dia.
Algumas coisas talvez eu quisesse adiantar no tempo. Talvez quisesse acelerar o processo que algumas delas levou para ocorrer.
O meu eu de agora me olharia sorrindo, pensando: ''Você nem imagina tudo o que ainda vai te acontecer.''
Veria o meu eu do passado e mesmo sendo incapaz de se comunicar, enviaria qualquer vibração de consolo e amor.
Se o meu eu de agora pudesse voltar no tempo, inclusive, eu correria para um dos encontros no Urbe Café numa das travessas da rua augusta e perguntaria ao garoto sentado à minha frente o telefone de um de seus melhores amigos.
Ou, provavelmente, me espremeria na multidão de um dos meus últimos festivais, procurando um par de olhos puxados que eu na verdade só viria a encontrar no último dia do ano de 2019.
Teria dito incontáveis ''nãos'' e mais um bocado de ''sims''.
E tudo isso para, no final, eu ser capaz de confiar nas minhas escolhas - não em todas, mas naquelas que faço usando toda a sabedoria do meu coração.
Essa talvez seja a minha forma de aprender. De reconhecer que eu posso confiar em mim mesma, embora só eu saiba o que eu daria para ter antes as pessoas que tenho agora.
Talvez o universo queira de mim tudo o que eu gostaria que o meu eu do passado fizesse: Confiasse.
Se eu pudesse voltar atrás com a consciência que tenho hoje pra me encontrar comigo mesma meses atrás, eu diria: Confia.
E é essa a mesma voz que eu ouço no meu íntimo.

É o que eu escuto quando me conecto com o Todo. E ele é imenso.

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