THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Constante

Eu sempre soube, mesmo quando fingi não saber, mesmo quando tudo o que eu mais queria era depender apenas de mim. De mim e das minhas próprias vontades. Vontades essas providas da minha ilusória liberdade.
Passei semanas presa nas lamentações de me sentir tão só, imaginando que por mais que eu me esforçasse, sempre aprisionaria em mim aquele amor bom e desesperado que escondo dele, pra que não se sinta tão sufocado com as minhas atitudes ou simplesmente com a minha presença.
Mas é curiosa a maneira como o vejo, e o jeito como consigo reprojetar todos os meus planos em questão de segundos. Basta olhar pra ele.
Realmente, olhar diretamente nos olhos dele é como encontrar a razão viável pra amanhecer sorrindo, por mais ridiculamente poético que isso possa parecer.
Disfarço. Me distraio com as demais pessoas na rua, ou com os outdoors da avenida. Me flagro até mesmo fitando o céu, tentando descobrir se vai chover. Tudo pra não deixar que ele perceba o quão meus olhos ainda brilham.

Então, por mais de uma vez segui-se assim:
Lavo os dois pratos que usamos na última meia-hora, seco a pia e ele sorri pra mim. Faz uma piadinha infame às minhas custas e reclama das vezes em que eu ajo como "mãe", mesmo que no fundo se sinta extremamente orgulhoso por isso.
Passa por mim em seguida, quase sem me notar, e eu exijo um beijo pelo esforço de manter tudo em ordem.
Ele me puxa inesperadamente pela cintura, me segura com força e se inclina comigo, me beijando como se fosse o galã de um típico filme antigo.
Não suportando a cena, paro de beijá-lo e começo a rir nos braços dele. Ao me soltar, ele sobe as escadas correndo, pra que eu vá atrás dele.

E ali estamos nós, outra vez...

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