THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

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sábado, 20 de agosto de 2011

O desfecho

Estava crente de que tudo ocorreria bem, mas uma precipitação desagradável me forçava a imaginar como seria rever pessoas com as quais já não mantinha contato algum.
Passamos alguns minutos com piadinhas infames, conversas banais e de vez em outra apreciávamos o gosto de qualquer bebida.
Ao olhar em direção à porta, me deparei com rostos familiares, e parte de mim se apavorou. Em questão de instantes senti a ligeira vontade de sair correndo, como quem foge do próprio medo.
Pedro, ao me fitar e notar que meu semblante mudara, segurou minha mão o mais firme que pôde. Me olhou calmamente e ao me analisar citou: ‘’- Eu estou com você, seja forte. Você já superou isso, e o pior já passou. Acalme-se, estou aqui’’. Enfatizou essas palavras enquanto me beijava a testa.
Centenas de pensamentos me cercavam, e o meu desespero se transformou em apatia.
Qualquer um, pelo pouco que me conhecesse, diria que meus sentimentos poderiam estar invictos por um certo rapaz. Mas, eu sabia, que pior do que a maneira cruel e insensata que usamos para nos afastarmos, foi ter que lidar com a traição de alguém que considerei meu melhor amigo; alguém com quem jamais me envolvi por mais de uma noite.
Todos os músicos e seus colegas passaram e nos cumprimentaram, e senti como se parte deles não usasse mais que hipocrisia para fazê-lo.
Ao nos afastarmos, me dirigi para perto dos nossos companheiros de banda, entre eles, Gustavo, que notou minha euforia e me perguntou curioso: ‘’- Você está bem?’’ Respondi que sim, olhei para o nada e sorri, aliviada.
Assisti a pequena apresentação com o peito pulsando por todo o tempo, o orgulho que sentia de Pedro estava estampado no meu rosto.
Ele cantava e tocava seu baixo excitantemente. Me olhava de perto ao palco e apontava em direção a mim. Os olhos de Pedro brilhavam e reluziam com a iluminação forte e colorida.
Gustavo e nossos demais colegas se juntaram a nós até o ato da última canção. Pude reparar que até mesmo quem não os conhecia havia apreciado o bom som.

Antes que a segunda banda subisse ao palco, comecei a procurar maneiras para ir embora, visto que era mais que um direito meu não querer assisti-los.
Pedi a um colega que me levasse a rodoviária, até mesmo porque horas e horas já haviam se passado, e eu precisava estar segura em casa o quanto antes.
Permaneci de costas ao palco, enquanto me despedia de todos que conhecia. Senti o leve peso nas costas, de alguém que me fitava.
Seguimos para o carro, em direção a rodoviária.
O músico que me levava, sabendo de grande parte do que já havia ocorrido no meu passado, perguntou: ‘’- Como foi? Gostou?’’ Exclamei que sim. Então ele insistiu: ‘’- Está bem?’’ Eu respondi serena: ‘’- Melhor que isso, passei no meu teste psicológico. Acredito que Pedro me tornou imune a qualquer coisa que possa me fazer mal nesse sentido’’.

Um comentário:

Anônimo disse...

Curtii demais seus textos
é td na sequência né?

beeijo