Eu não disse nada, mas eu o reconheci de longe em meio à multidão.
Falávamos somente por mensagens escritas e áudios gravados. Ele as vezes me enviava vídeos tocando violão com músicas que eu passei a gostar já na minha adolescência.
Por curiosidade o vi tocando em um de seus stories e à partir daí passei a encarar esse seu dom como uma das coisas mais bonitas que haviam me acontecido naquele período. Foi na leveza de uma dessas canções que eu acalmei o meu coração numa tarde triste de domingo. E foi por isso que eu resolvi que deveria encontrá-lo.
O plano não deu certo. Eu cancelei antes de qualquer possibilidade. Disse, naquela semana, que estaria presa demais aos meus pensamentos para encarar a ideia de trazer alguém ao meu mundo.
O destino sempre brincou comigo e dessa vez não foi diferente.
Em meio à uma festa corporativa, cheia de luzes em meio à pista de dança, enfeites e pessoas aleatórias, eu o encontrei. E ele era exatamente como eu havia visto nos tais vídeos enviados nos meus momentos de tédio e solidão.
Quando o encarei, ele se surpreendeu: Sabia quem eu era e mais tarde me confidenciou que me reconhecera pela tatuagem da rosa azul no ombro direito e, além disso, por um outro fator importante que me causou reflexão:
- Eu sabia que era você. Além de ter reconhecido sua tatuagem, eu reconheci suas sobrancelhas.
- Minhas sobrancelhas? - Eu perguntei rindo.
- É. É porque você sorri com os olhos - Ele respondeu de forma serena e por alguma razão eu soube que nunca mais esqueceria daquela definição.
domingo, 1 de dezembro de 2019
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