Você não vai perder tempo entrando nessas páginas para ler o que eu tenho pra te dizer.
Você já é um adulto, ou ao menos, já se considera como tal.
E eu não estou aqui pra tentar te ensinar nada. Mas, assim como sempre tentei me fazer presente para a sua vida e sua arte, eu gostaria que você tentasse o mesmo por mim e pela minha.
Somos duas crianças fragmentadas que se perderam no tempo entre o que querem e o que já quiseram. Mas esse tempo não nos deve nada e o meu maior receio é que um dia você olhe para trás e descubra que você não precisava abdicar de uma vida para ter outra.
Nós nascemos para ser quem somos e nada no mundo pode arrancar isso da nossa essência.
No entanto, a sua ausência, o seu silêncio e a sua falta de interesse pelo lado de cá me fazem questionar se você é de fato tão consciente de tudo isso.
Certamente seus amigos tem muito mais do que eu tive. E não questiono que mereçam. Mas questiono que eu merecia tanto quanto.
Somos a mesma intensidade pulsando exatamente o mesmo sangue em dois corpos que nasceram da mesma pessoa.
Por isso talvez eu saiba indiscutivelmente o que você sente quando a solidão te assola.
Queria estar aí para a sua. Mas, o que eu faço com a minha?
Falo para as pessoas de alguém que não tenta mais participar efetivamente da minha vida, que não conhece minhas reinvenções, que não sabe mais das minhas lutas.
E daqui, eu apenas rezo que você saiba lutar todas as suas.
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