Ele me puxou pela mão, me perguntou se faríamos dar certo.
Me olhou com uma convicção invejável e eu, que já não queria esconder mais o que eu sentia, comecei a disparar tudo o que eu pensava.
- Você não sabe o quão pavoroso é saber que somos duas pessoas assim tão diferentes e que, mesmo essa sendo a nossa realidade, eu não consiga lidar com o fato de ser louca por você, de ficar assim um pouco mais a cada dia, e, de me perguntar o que vai ser de mim se tudo der errado.
Ele sorriu. Um dos sorrisos mais bonitos que já vi naquele rosto, que normalmente costumava ser tão sério.
Sorriu e me olhou com a ternura de quem queria me abraçar e me pegar no colo, como uma criança que acabara de fazer qualquer descoberta fascinante.
- Por que você tá rindo?
Ele sorriu de novo antes de me responder.
- Achei lindo o que você disse.
Em seguida, vi uma lágrima escorrer por seu rosto. Me desarmei completamente e apoiei uma das minhas mãos para enxugá-la.
- Não chora - Eu pedi.
Ele segurou minha mão e disparou ainda com um meio sorriso:
- É de felicidade.
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