Puxou mais uma vez minha mão e apoiou no próprio peito. Ele normalmente faz isso quando a ansiedade fica latente e o coração dispara inesperadamente.
E isso eventualmente acontece quando eu me meto a falar sobre sentimentos.
As pupilas dilatam e voltam ao seu tamanho normal com a mesma rapidez com a qual ele pisca enquanto me analisa.
- Os seus olhos são tão bonitos - Eu menciono isso todas as vezes e me frustro comigo mesma por perceber que o meu elogio é sempre tão repetitivo e óbvio. Talvez eu devesse ser um tanto mais criativa ao falar de algo que me cause tamanha comoção.
Mas não consigo não fazê-lo desse modo.
E, por algum motivo, é assim que ele se acalma e os batimentos cardíacos se estabilizam.
- Não só os olhos - Eu me corrijo, ainda tentando encontrar as palavras certas enquanto me sinto completamente despida com a forma que ele tem de me olhar e me enxergar com tanta profundidade.
Acabo me perdendo no que eu ia dizer e ele sorri tentando descobrir mais sobre a minha breve aflição.
Quero dizer que eu o acho lindo. Isso eu também já repeti demais.
Minha maior questão é conciliar o que eu vejo tão perfeitamente desenhado e ainda assim saber que o que tem de mais fascinante nele é o coração. E eu posso afirmar: deve caber um mundo inteiro dentro dele.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
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