THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

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quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A primeira glória

As luzes me seguiam, era eu a dona do palco e de cada frase que surtisse o mínimo de efeito. Segundos inacabáveis, segundos inalcansáveis.
O peito pulsava, as mãos tremiam, e o medo se afogava num mar de sorrisos à mim estendidos; que tomei como o gosto do mais puro dom.

Rostos familiares, seguiram-se de seus olhos à minha voz exacerbada. Ouvia risos, aplausos, numa necessidade sem igual de chorar por prazer e felicidade.
Uma flor eu fui capaz de entregar, como símbolo do meu amor, que é tão eterno quanto o seu. E numa breve ingênuidade de criança, me tornei aquilo que tanto rezei para ser.
O palco se esvaziava aos poucos, e as máscaras se perdiam no caminho da glória. Restou o pouco de uma figura, que de desespero e saudade saltou os míseros degraus e correu em direção a ele; ao sonho que agora era mais que uma realidade.

Abraçando-o com força eu pude enxergar o estrago que alimentava o meu peito, já cheio de suor e desejo. Tomando seu rosto em minhas mãos eu fui capaz de notar o quanto anciava por um beijo, pequeno que fosse.
Me estendi, eu era dele, e ele meu.

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