THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Quem tem um Maurício na vida, tem tudo

Cheguei a conclusão de que eu queria reafirmar a ele o quanto significava tê-lo diariamente na minha vida.

Assim como meu pai, que sempre se mostrava disposto, ele, que não era meu sangue mas era meu irmão, também se mostrava ser exatamente assim.
Tão ironicamente parecido com o homem que mais amo e amarei em toda a minha vida, ele se apresentara como um protetor desde sempre, mas ainda assim sem a pretensão do ego em mostrar isso de alguma forma.
Maurício era apenas Maurício. E isso, por si só, já representava muito. Digo ''apenas'' com a humildade e simplicidade que o caracterizam, mas, nunca como maneira de limitá-lo, pois o mais bonito de toda a sua essência está no ser, e ele é.
Então, depois de dividir tanto e compreender inúmeras circunstâncias que me ajudaram a crescer, descobri que havia chegado o momento de fazer mais por ele, de dividir mais coisas boas do que ruins, de agradecer pelas pequenas coisas que ele fazia por mim sem perceber.
Chegou o momento de mostrar a ele que sua presença deveria ser eternamente celebrada e apreciada, que tê-lo como irmão de alma era e sempre será uma dádiva.
Como alma velha que reconheci há muito tempo desde o começo de tudo, eu sei que o vejo como ele realmente é, e me sinto terrivelmente sortuda por isso.

E como eu sempre digo, quem tem um Maurício na vida, tem tudo.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024

Por amor

Em 1997 Manoel Carlos trouxe ao ar uma de suas novelas mais consagradas.

A trama basicamente contava a história de uma relação muito forte entre mãe e filha, onde ambas engravidavam na mesma época, de seus respectivos cônjuges, e davam à luz seus bebês na mesma noite.
A mãe, ao descobrir que o bebê de sua filha morrera e que a moça não poderia nunca mais engravidar, num
impulso desesperado troca os bebês dando seu filho à sua tão amada primogênita.

Em 1997, com cinco anos de idade, eu já entendia o que aquele ato representava.
Eu observava enormes trechos dos episódios e desejava que um dia tivesse com a minha mãe a mesma profundidade da relação que eu via entre Helena e Eduarda.
Eu desejava que minha mãe me amasse com todas as forças, mas, mais do que isso, desejava sentir esse amor, que naquela época me parecia tão distante dadas as circunstâncias de saúde psicológica da minha mãe.

A novela “Por Amor” me marcou de muitas formas. Uma delas por conter em sua trilha sonora um dos artistas preferidos do meu pai: O incomparável Djavan, presente na minha vida desde sempre.

Outro ponto que até hoje me desperta curiosidade e imensa saudade é ter associado Antônio Fagundes a ele, perceber que alguns traços e que especialmente, as mãos de ambos, são incrivelmente iguais.

Vi minha mãe refletida nos olhos da personagem de Regina Duarte, e me imaginei no futuro como Gabriela Duarte, uma moça jovem e intensa.

Hoje, não temos uma relação como a da novela: nossa relação é muito melhor. Minha mãe é simplesmente a mulher mais extraordinária que existe no mundo e absolutamente em todos os dias da minha vida ela me faz sentir que sou um presente, uma realização em sua existência.

Eu gosto de novelas. Sigo gostando não só pelo meu fascínio pelo audiovisual, mas porque algumas delas realmente me causam nostalgia.
Essa, acima de tudo, me faz pensar que muitas vezes a realidade é muito melhor que a ficção.

Nossa história familiar é mais bonita que qualquer obra global que eu tenha assistido.