A ambivalência sugere fortes sentimentos de oposição. O prefixo, ambidestro, significa "ambos''.
O restante, em latis, significa "vigor".
A palavra sugere que você está dividida entre dois cursos opostos de ação.
Eu vou ficar ou vou sair?
Eu sou sã ou eu sou louca?
É uma grande questão que você está enfrentando. A escolha da sua vida. Quanto você vai se afetar com suas falhas. Quais são suas falhas? Elas são falhas?
Todo esse trecho vem do filme "Garota, Interrompida" pelo qual eu tenho particular afeição, mesmo não estando exatamente na mesma condição de Suzanna Kaysen, que possui um diagnóstico delicado e bastante específico.
O seu processo, como apontado no filme e também no livro, demonstra nela imensa incapacidade em se encaixar em uma vida que, de fato, ela ainda nem escolheu.
Estar dividida entre dois cursos opostos de ação é estar em eterno questionamento sobre o caminho a ser seguido.
É tentar analisar incansavelmente todos os pontos e, mesmo ao tomar uma decisão, perceber que ainda assim existe a leve curiosidade sobre como seria escolher outra coisa.
Quem eu quero ser? Como farei para me tornar essa pessoa? Eu estou em direção o que eu quis ou minha vida está tomando o rumo que as circunstâncias estabeleceram?
Esses últimos dias, enquanto passeava entediada e inquieta pelas minhas redes sociais, li uma publicação que mencionava a importância de não tentarmos nos encaixar. Identifiquei nisso um ponto bastante interessante e ligeiramente romantizado sobre a questão.
Eu nunca enxergo um caminho só.
O fardo das pessoas que conhecem demais sobre si mesmas é a incapacidade de encontrar um único caminho. Conhecer demais sobre si mesmo é o grande fardo de se reconhecer em milhares de coisas que você sabe que se adequariam perfeitamente a uma vida que faz sentido pra você. Saber exatamente todas as formas que acionam seus próprios gatilhos, sentir tudo demasiadamente e reconhecer, inclusive, de onde vem cada um desses sentimentos, nos torna inteiramente confusos, dadas as infinitas possibilidades.
Estamos sempre em busca de sermos ainda mais fiéis ao que somos. E nos conectar com o que viemos para ser.
E eu ainda fui terrivelmente agraciada com o signo solar de peixes, ascendente e lua em gêmeos.
Estou sempre dividida e sempre prestes a tomar uma decisão.
Essa é a minha dádiva e também a minha maldição.
Estamos sempre em busca de sermos ainda mais fiéis ao que somos. E nos conectar com o que viemos para ser.
E eu ainda fui terrivelmente agraciada com o signo solar de peixes, ascendente e lua em gêmeos.
Estou sempre dividida e sempre prestes a tomar uma decisão.
Essa é a minha dádiva e também a minha maldição.
Eu nunca enxergo um caminho só.
Um comentário:
Me identifico.
Texto incrível como sempre, Ju!
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