Eu sou todos os sonhos não realizados da minha mãe. Todas as vezes em que seu amor foi maior que seu cansaço.
Eu sou todas as histórias do meu pai e o modo como também aprendi a contá-las, tornando-as minhas.
Eu sou o primeiro grande amor do meu irmão. E toda a sua coragem em enfrentar a vida.
Eu sou todas as músicas que já ouvi. E meu nome traz algumas das minhas preferidas, que eu acredito ter sido compostas por artistas geniais.
E sou todas as minhas falas de antes. Que mudaram e agora não se encaixam mais em quem eu me tornei.
Eu sou todas as ideias que já tive e todas que ainda terei. Todos os amores que guardei e todos os que não jurei.
Eu sou John, Paul, George e Ringo. Talvez mais Paul que John. E certamente muito mais George que todo o resto.
Eu sou tudo. Um infinito impermanente, complexo e distinto. E sou todas as coisas que não sei e sequer vou descobrir.
E como já dizia Raul: Eu sou, eu fui, eu vou.
terça-feira, 6 de julho de 2021
Eu sou, eu fui, eu vou
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