Foi o que eu entendi quando, após a meia noite, te liguei. Eu liguei pra não dizer nada, liguei porque senti saudade. Liguei porque, com tantas coisas inusitadas acontecendo na minha nova vida, eu precisei me sentir em casa.
E você riu. Riu me perguntando o motivo da ligação, mesmo já sabendo exatamente do que se tratava. Riu apreensivo, esperando que eu contasse qualquer história que você não estivesse preparado para ouvir. Riu quando falamos com o sotaque que usávamos antes pra nos comunicar de uma maneira menos formal. E me fez rir contigo. Eu me vi gargalhando por intermináveis 12 minutos de ligação.
Eu te liguei porque tive vontade de dizer que esse mundo é mesmo muito louco. Que talvez você tivesse razão. Liguei porque queria me livrar da vergonha de tudo o que deu errado na minha vida na semana anterior.
Eu liguei pra te contar que as nossas falhas me trouxeram a percepção de tudo o que eu ainda precisava enxergar e viver. Te liguei porque sei que todo mundo diz que nós dois também demos errado. Mas não é verdade.
E só te liguei porque no dia anterior a isso, algumas das minhas considerações pré-estabelecidas foram quebradas. Te liguei pra provar pra mim mesma que eu já não tenho mais medo de ouvir a sua voz.
Te liguei porque somos maiores que o nosso ego. E pra dizer que fomos maiores que tudo isso.
E nós demos certo. Eu não preciso nem mesmo mencionar todos os fatos que provam isso. Nós sabemos.
Pareceu ter dado errado, mas não foi o que aconteceu. E isso é perceptível quando olhamos em volta e nos recordamos de cada detalhe do que nos trouxe até aqui. Tudo o que eu fiz pra que você pudesse chegar onde chegou. Tudo o que você fez pra que eu estivesse aqui onde eu estou.
Tudo o que deu errado, deu certo.
E nós? nós também.
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
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