- Me lembra de nunca tirar você da minha vida - Eu disse, rindo de mais uma piada.
- Você não vai conseguir nem se você quiser - Ele respondeu ligeiramente sério, me olhando no fundo dos olhos, como tem feito desde que nos conhecemos.
Quase sempre ele me responde assim. Como se ao dizer o que diz, quisesse abandonar o tom de piada e me fazer compreender - talvez de uma vez por todas - que o meu espaço é só meu.
Já fez tantas leituras minhas que pra ele eu já não sei mais me esconder. E nem preciso. Se eu me escondesse estaria mentindo, e nós temos o acordo de não faltar com a única coisa que importa efetivamente: a nossa sinceridade.
É por isso que eu apenas paro de rir, começo a fitá-lo e surpresa ainda me pergunto ''como pode alguém me conhecer assim tão bem em tão pouco tempo?''
Se antes isso me assustava, agora é só o motivo de eu ter o que dizer, pra quem dizer. E de alguém que escute. Como ele, mesmo quando me bombardeia com uma infinidade de assuntos loucos e teorias curiosas sobre a vida. Mesmo quando começa a cantar e me girar pela avenida. Mesmo quando imita o meu jeito de falar e me aceita como a maluca que eu sou.
Mesmo quando tudo é tão inusitado e isso nos deixa sob altos níveis de endorfina.
Mesmo quando, eu levo uma das suas mãos até a boca fingindo morder e por brincadeira, digo: Dá vontade de arrancar um pedaço seu.
E quando ele, mais uma vez me traz uma resposta única: Você não precisa arrancar, você já me carrega contigo.
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Tudo o que deu errado, deu certo. Nós também.
Foi o que eu entendi quando, após a meia noite, te liguei. Eu liguei pra não dizer nada, liguei porque senti saudade. Liguei porque, com tantas coisas inusitadas acontecendo na minha nova vida, eu precisei me sentir em casa.
E você riu. Riu me perguntando o motivo da ligação, mesmo já sabendo exatamente do que se tratava. Riu apreensivo, esperando que eu contasse qualquer história que você não estivesse preparado para ouvir. Riu quando falamos com o sotaque que usávamos antes pra nos comunicar de uma maneira menos formal. E me fez rir contigo. Eu me vi gargalhando por intermináveis 12 minutos de ligação.
Eu te liguei porque tive vontade de dizer que esse mundo é mesmo muito louco. Que talvez você tivesse razão. Liguei porque queria me livrar da vergonha de tudo o que deu errado na minha vida na semana anterior.
Eu liguei pra te contar que as nossas falhas me trouxeram a percepção de tudo o que eu ainda precisava enxergar e viver. Te liguei porque sei que todo mundo diz que nós dois também demos errado. Mas não é verdade.
E só te liguei porque no dia anterior a isso, algumas das minhas considerações pré-estabelecidas foram quebradas. Te liguei pra provar pra mim mesma que eu já não tenho mais medo de ouvir a sua voz.
Te liguei porque somos maiores que o nosso ego. E pra dizer que fomos maiores que tudo isso.
E nós demos certo. Eu não preciso nem mesmo mencionar todos os fatos que provam isso. Nós sabemos.
Pareceu ter dado errado, mas não foi o que aconteceu. E isso é perceptível quando olhamos em volta e nos recordamos de cada detalhe do que nos trouxe até aqui. Tudo o que eu fiz pra que você pudesse chegar onde chegou. Tudo o que você fez pra que eu estivesse aqui onde eu estou.
Tudo o que deu errado, deu certo.
E nós? nós também.
E você riu. Riu me perguntando o motivo da ligação, mesmo já sabendo exatamente do que se tratava. Riu apreensivo, esperando que eu contasse qualquer história que você não estivesse preparado para ouvir. Riu quando falamos com o sotaque que usávamos antes pra nos comunicar de uma maneira menos formal. E me fez rir contigo. Eu me vi gargalhando por intermináveis 12 minutos de ligação.
Eu te liguei porque tive vontade de dizer que esse mundo é mesmo muito louco. Que talvez você tivesse razão. Liguei porque queria me livrar da vergonha de tudo o que deu errado na minha vida na semana anterior.
Eu liguei pra te contar que as nossas falhas me trouxeram a percepção de tudo o que eu ainda precisava enxergar e viver. Te liguei porque sei que todo mundo diz que nós dois também demos errado. Mas não é verdade.
E só te liguei porque no dia anterior a isso, algumas das minhas considerações pré-estabelecidas foram quebradas. Te liguei pra provar pra mim mesma que eu já não tenho mais medo de ouvir a sua voz.
Te liguei porque somos maiores que o nosso ego. E pra dizer que fomos maiores que tudo isso.
E nós demos certo. Eu não preciso nem mesmo mencionar todos os fatos que provam isso. Nós sabemos.
Pareceu ter dado errado, mas não foi o que aconteceu. E isso é perceptível quando olhamos em volta e nos recordamos de cada detalhe do que nos trouxe até aqui. Tudo o que eu fiz pra que você pudesse chegar onde chegou. Tudo o que você fez pra que eu estivesse aqui onde eu estou.
Tudo o que deu errado, deu certo.
E nós? nós também.
quinta-feira, 7 de novembro de 2019
Eu vou mudar o mundo
Não quero mudar o mundo por mim, não quero mudar por você.
Quero mudar o mundo por todas as pessoas que já sofreram e pelas que sofrem sem compreender que a felicidade pode acontecer agora. Eu quero mudar o mundo para trazer a convicção de que essa felicidade existe e pode durar para sempre.
Não vou mudar o mundo apenas pelos meus pais, pelos meus grandes amigos ou pelos grandes nomes por quem sustento admiração.
Eu vou mudar o mundo por todas as pessoas que ainda não conheci e por aquelas que nunca encontrarei pelo meu caminho.
Eu vou mudar o mundo por todos aqueles que deixaram o seu legado, por todas as transformações que já aconteceram ao longo de nossa jornada.
Eu não quero mudar o mundo por nada que se limite somente a mim. a minha certeza em mudar o mundo vem da vontade de levar felicidade a qualquer pessoa que me ouça, que me veja, que me leia e me sinta.
Eu não quero mudar o mundo a menos que eu compreenda que essa mudança começa, antes de mais nada, em mim e no futuro que eu quero entregar à sociedade.
Eu não quero mudar o mundo apenas para que isso seja mais um pauta esquecida.
Eu não quero os créditos pela transformação que sei que ainda vou promover.
Eu sou da geração seigan. Eu sou jovem do juramento.
Eu não quero muito. Mas eu quero mudar o mundo.
Quero mudar o mundo por todas as pessoas que já sofreram e pelas que sofrem sem compreender que a felicidade pode acontecer agora. Eu quero mudar o mundo para trazer a convicção de que essa felicidade existe e pode durar para sempre.
Não vou mudar o mundo apenas pelos meus pais, pelos meus grandes amigos ou pelos grandes nomes por quem sustento admiração.
Eu vou mudar o mundo por todas as pessoas que ainda não conheci e por aquelas que nunca encontrarei pelo meu caminho.
Eu vou mudar o mundo por todos aqueles que deixaram o seu legado, por todas as transformações que já aconteceram ao longo de nossa jornada.
Eu não quero mudar o mundo por nada que se limite somente a mim. a minha certeza em mudar o mundo vem da vontade de levar felicidade a qualquer pessoa que me ouça, que me veja, que me leia e me sinta.
Eu não quero mudar o mundo a menos que eu compreenda que essa mudança começa, antes de mais nada, em mim e no futuro que eu quero entregar à sociedade.
Eu não quero mudar o mundo apenas para que isso seja mais um pauta esquecida.
Eu não quero os créditos pela transformação que sei que ainda vou promover.
Eu sou da geração seigan. Eu sou jovem do juramento.
Eu não quero muito. Mas eu quero mudar o mundo.
segunda-feira, 4 de novembro de 2019
Se essa for a última vez
Se essa for a última vez, eu vou te deixar me fazer cócegas até que eu grite gargalhando, essa gargalhada que você julga tão gostosa. A gargalhada que você sempre se esforçou pra arrancar de mim e que, em todas as vezes, conseguiu.
Se essa for a última vez, eu vou te abraçar como se o meu corpo coubesse em você, como se dois corpos fossem perfeitamente capazes de ocupar o mesmo espaço.
Se essa for a última vez, eu vou te olhar do mesmo jeito que olhei em todas as vezes que você me explicou tudo o que eu não sabia. Se essa for a última vez, eu vou devorar todas as suas palavras e me deleitar com o mesmo cookie recheado que dividimos no nosso primeiro café.
Se essa for a última vez, eu vou te deixar distribuir todos os beijos que você adora me dar na testa, vou te deixar sentir que pode me proteger de tudo.
Se essa for a última vez, eu vou, de novo, segurar seu rosto nas minhas mãos como se o mundo inteiro fosse acabar no próximo segundo. Porque se essa for a última vez, você já vai ter fincado raízes em mim, depois de tantos sofrimentos confidenciados, depois de aprender o que em mim parece tão óbvio e as tantas outras coisas que nem todo mundo sabe.
Você vai ter feito morada em mim, vai se misturar ao que já trago comigo. E vai ter ido embora.
Porque essa poderia bem ser a última vez, mas não é.
Se essa for a última vez, eu vou te abraçar como se o meu corpo coubesse em você, como se dois corpos fossem perfeitamente capazes de ocupar o mesmo espaço.
Se essa for a última vez, eu vou te olhar do mesmo jeito que olhei em todas as vezes que você me explicou tudo o que eu não sabia. Se essa for a última vez, eu vou devorar todas as suas palavras e me deleitar com o mesmo cookie recheado que dividimos no nosso primeiro café.
Se essa for a última vez, eu vou te deixar distribuir todos os beijos que você adora me dar na testa, vou te deixar sentir que pode me proteger de tudo.
Se essa for a última vez, eu vou, de novo, segurar seu rosto nas minhas mãos como se o mundo inteiro fosse acabar no próximo segundo. Porque se essa for a última vez, você já vai ter fincado raízes em mim, depois de tantos sofrimentos confidenciados, depois de aprender o que em mim parece tão óbvio e as tantas outras coisas que nem todo mundo sabe.
Você vai ter feito morada em mim, vai se misturar ao que já trago comigo. E vai ter ido embora.
Porque essa poderia bem ser a última vez, mas não é.
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