THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Qual é o seu lugar preferido no mundo?

Quando meu irmão publicou essa pergunta para movimentar seus stories numa rede social, eu fiquei parada olhando-a por alguns segundos. Eu não sabia o que responder.
Como eu poderia não saber essa resposta?
Me apavorei quando pensei em alguns possíveis lugares e ao notar que não gostava tanto de nenhum deles para escolher um e caracterizá-lo como o meu lugar preferido no mundo.
- Como eu posso não me conhecer a esse ponto? - Me questionei.
Continuei apática, tentando olhar pra dentro de mim e para compreender melhor sobre essa questão - e todas as outras que surgiam dela.
Percebi, de forma sutil, que eu não tinha um lugar de pertencimento. E eu já havia chegado a essa conclusão antes.
Eu me lembrava das madrugadas das últimas semanas em que me sentava na varanda do atual apartamento onde moro, para contemplar o céu e conversar com o que eu entendo por universo.
Me lembrava também de todos os fins de tarde onde fitei o mar e, de novo, por gratidão, conversei com o céu. Me lembrava das inúmeras vezes em que um pôr do sol tocou o meu coração e os meus pés junto da areia da praia.
Me lembrava também do café na Ana Rosa, que incluí nas minhas listas atuais como sendo o responsável pelo melhor chocolate quente de São Paulo. Ou, aquele outro café já desenhado em folhas avulsas de um caderno, com a melhor playlist que já ouvi para um lugar como esse.
Logo, cheguei à uma simples compreensão: passei por tantos lugares que escolher um só seria desonesto comigo, com tudo o que compõe a Julia que sou hoje, que traz consigo um pouco de cada história, de cada encontro, de cada instante dividido entre os espaços físicos que visito quase sempre e todos os outros para onde não posso mais voltar.

Sendo assim: Julia, qual é o seu lugar preferido no mundo?
Minha resposta hoje seria: Todos. E nenhum.



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