quinta-feira, 11 de julho de 2013
Sobre a conveniência alheia
Já gostei – ou julguei gostar – inúmeras vezes, de pessoas variadas. Mas também já injusticei e já me senti injustiçada. Já menti pra não magoar, me queixei ao invés de brigar, reclamei ao invés de ajudar e critiquei quando me senti no ápice ilusório da razão iminente.
Mas o que me surpreende – e muito – até hoje, é a simples proximidade por mera conveniência. Desculpe-me se pareço ingenuamente injusta – mais uma vez – mas não sou adepta de quem vende a alma por um pouco mais de popularidade e afeto fabricado. Não sou fã – tampouco me pareço – com estes outros tantos que entregam a dignidade por um copo de cerveja barata, para alguém de quem não gostam ou com quem pouco se parecem.
E a cada vez que descubro algo do gênero, percebo que essa proximidade por conveniência está ao meu redor: dos lados, em volta, acima e abaixo de mim. E, infelizmente, se pode fugir dela ou ignorar que pessoas caiam constantemente em conceitos por agirem exatamente assim.
E veja só, aqui estou eu, julgando e criticando – mais uma vez, sem o menor pudor. O mesmo pudor que falta em alguns dos indivíduos em questão. O pudor que falta na mesma proporção em que se abstém a falta de caráter ou de amor próprio.
É uma pena julgá-los, outra vez. É uma pena que ainda saiba fazê-lo, que ainda me sinta obrigada a fazê-lo; especialmente quando minha única vontade é dedicar esse texto a todos os ‘convenientemente aproximados’ de plantão. Aqueles que se satisfazem em encher a boca de futilidades para falar absurdos tremendos de pessoas com quem vão combinar a cerveja do sábado, mais tarde.
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