THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

terça-feira, 30 de março de 2010

Relativamente estranho

Estranho é colocar as minhas ideias em seus respectivos lugares, como parte daquilo que de certo, devo guardar comigo.
Não nego que parte de tudo o que penso se deriva de uma imensa falta de fé no que faço, e em grande parte do que acredito.
Eu sou guiada pela verdade, uma verdade que me sugere coerência em cada mínimo detalhe, e a base de conceitos que fogem ou me perseguem irregularmente.
Ouço músicas e filosofias puras de vidas que me pedem que pare de procurar a resposta, que pare de buscar alcançar em mim um ''eu'' que não existe; e que, acima de tudo, pare de uma vez de colocar minha felicidade e satisfação na mão de terceiros.
Sem dúvida alguma, eu sou absurdamente independente conceitual e moralmente, mas ainda não aprendi a lidar com a independência física e emocional. Eu ainda não viví tudo o que eu realmente gostaria, pois, afinal, estou me prendendo a uma rotina que me sufoca e me cega.
De fato, nunca fui algo manipulado com facilidade, e isso nem sempre é positivo. Em alguns momentos seria mais conveniente que eu deixasse que os demais pensassem por mim, influenciando em cada ação e pensamento.
Estranho é assumir inconscientemente uma posição tão frágil, como se os meus dias se limitassem a ligações, e retrospectivas sobre a inutilidade com a qual lidou atualmente. Eu deveria ser bem mais que isso, e talvez eu até seja, mas ainda não descobri.

domingo, 21 de março de 2010

Sobre nós dois

- Sinto falta de ouvir minha canção, aquela que você compôs pra mim!
- Quer que eu cante?
- Por favor!
- Prefiro apenas acompanhar com meu violão.
- E que graça tem?
- Não sou bom cantor!
- Sei que você detesta sua voz, mas te acho tão bonito quando canta!
- Eu poderia fazer algo melhor pra você; essa canção é tão simples...
- Gosto da simplicidade dela, parece uma declaração de um garoto que pensou muito em mim pra escrevê-la!
- Sempre penso muito em você, sabe disso.
- Esqueça a canção, poderá tocá-la depois que acordarmos. Vem, deita aqui no meu peito que eu vou te fazer carinho até que durma.
- Não vou dormir, não consigo; pelo menos, não perto de você. É desperdício adormecer ao seu lado. Prefiro aproveitar os minutos que ainda tenho contigo.
- Prefiro nunca mais ir embora!
- Prefiro que você nunca mais vá...

quinta-feira, 4 de março de 2010

Troca

Talvez tenha apenas trocado o correto pelo mais fácil, e o coerente pelo viável. Troquei o doce pelo amargo, e o certo pelo duvidoso.
Troquei metade da segurança por parte do medo, e o aceitável pelo óbvio. Troquei o moralismo pela conveniência e, até mesmo a ideologia pelo sonho.
Troquei a verdade pela falta de senso, e os mais variados conceitos pelos poucos descasos. Troquei o riso pelo choro, e o choro por frustração.
Troquei meu gosto pela dor por gosto à arte. Troquei olhares com um estranho na rua, que retribuiu com desapreço. Troquei histórias de vida com quem sabe muito mais que eu.
Troquei ciúme por força nos punhos. Troquei razão por desejo.
Troquei carinho por desprezo, e desprezo por respeito. Troquei meu suor com os lençóis da cama que não era minha.
Troquei gozo por sono, e o sono por poesia. Troquei a estação que sintonizava minha mente, e a falta de juízo pelo alcoól.
Troquei a ilusão distante pela realidade breve.
Troquei o meu ''eu'' de antes pelo ''eu'' atual, e isso me trouxe efeitos colaterais.