THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

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sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Em mim, o amor sempre vence

Quando pensei na minha mãe sorrindo, em sua breve e singela felicidade ao ter feito as compras do mês, percebi que dentro de mim estavam acesos os sentimentos mais belos que um ser humano pode trazer consigo.
Por mais que num ligeiro momento de infelicidade e frustração eu tenha me conectado à todas as sombras que eu, como ser humano comum possuo, reconheci o amor evidente em mim outra vez.
Depois do sorriso dela, me vieram todas as coisas que já me disse e que sempre me soavam bobas e fora de hora, como em cada uma das vezes em que ela me olhou e disse "Eu tenho uma filha tão maravilhosa" ou "Eu sou tão feliz por ter meus filhos".
Sua ingenuidade, já tantas e tantas vezes usada de forma abusiva por outras pessoas, me fazia lembrar o que é realmente um ser de luz. E ter nascido desse ventre, certamente me confortava.
Depois de minha breve imersão aos seus sorrisos, eu vi o meu irmão. Um garotinho caucasiano de olhos verdes, com bochechas que competiriam facilmente com qualquer lindo bebê famoso do Instagram.
Pensei em nossa última conversa, aquela que ele na qual me alertava de que o universo noturno é turbulento e esclarecia que por mais que tenhamos amigos, eles irão conosco até certo ponto e, talvez, para nossa intensa jornada, não estejam verdadeiramente ali. 
Por fim, eu imaginei o que o meu pai diria se estivéssemos conversando naquele momento.
Certamente, se eu despejasse meus questionamentos numa conversa entre nós, ele passaria horas e horas dissertando sobre como a vida nos direciona e sobre o fato de não ser sempre possível carregarmos todo mundo junto de nós.
Eu sabia que naquele momento eu poderia ligar. Eles me atenderiam, como sempre. Ficariam honrados em me ouvir falar. 

Mas eu escolhi me recordar de tudo o que aprendi até aqui, de todo o amor que me foi dado e me lembrar de que em mim, ele sempre vence.