Você não acorda um dia proclamando a independência de si mesmo.
Não olha para o espelho e diz: ''À partir de agora eu sou livre.''
Por mais utópica ou romantizada que seja a ideia de liberdade, o primeiro grande passo é sempre aceitar que isso não acontece do dia pra noite.
Assim como totalmente improvável na historia do nosso país, a independência não vem só de um grito, de um momento de fúria.
O estopim sim. Esse vem do último suspiro, do despertar para o que deve ser mudado.
O restante vem somente com a maneira como você trabalha seus próprios pensamentos e reavalia todos os pesos das decisões que o trouxeram até aqui, e das infinitas repetições que se seguem até que você reconheça as falhas intrínsecas na sua personalidade.
Com esses vastos anos de experiência no âmbito emocional, eu hoje reconheço que a independência exige coragem de olhar pra si mesmo. Exige assumir as hipocrisias internas existentes e presentes desde os sentimentos mais simples ainda adquiridos na infância.
Abandonar a ideia de precisar efetivamente de alguém que seja o seu escudo, a sua muleta e assumir a posição de ''dono de si mesmo'' parece de longe algo a se aspirar, e nos dias atuais existem até mesmo tutoriais de como tornar essa prática mais aceitável ao nosso cérebro programado. Mas o maior dos desafios está nos dias em que o seu único e maior desejo é ter/ser de alguém e em reconhecer a linha tênue entre viver um amor ou atribuí-lo a qualquer outro tipo de dependência física e emocional.
segunda-feira, 27 de julho de 2020
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