O meu celular vibrou, indicando novas mensagens do aplicativo. Era a minha mãe, pronta pra dividir algo novo comigo - como aprendeu a fazer religiosamente desde que tomou conhecimento da era digital.
- Julieeeetaaaaa.
As mensagens vinham disparadas, logo em sequência:
- Eu e o papai nos demos presentes de dia dos namorados! Ele me deu dois pés de rosas já plantadas e com botões. E eu dei um pé de acerola plantado que ele escolheu.
Achei graça logo de cara. Mas a graça que eu via não tinha tom de deboche.
Minha mãe se mostrou mais uma vez graciosa, falando alegre sobre um mimo tão simples recebido do homem por quem está apaixonada há mais de 26 anos.
Eu brinquei. Me fiz de engraçadinha.
- Own! Vocês estão trocando plantas, que lindo! rs... to brincando, mãe! Achei muito legal o gesto dos dois! - Mandei, incluindo alguns emojis de whatsapp as minhas observações.
Em seguida, ela me respondeu. E a resposta dela, meu irmão - que também dividiu desse momento - e eu, levaremos para o resto de nossos dias:
- É porque plantas duram uma vida. Por isso a gente preferiu assim.
Esse texto é pelo dia de hoje, por um incentivo. Para que você, eu e todo o resto não perca de vista que amor é isso. E só. E é o que realmente importa. Além dos egoísmos e das vaidades.
O amor, real e puro é assim. É a boa vontade, partindo da simplicidade de um gesto. É a dedicação de plantar e ver florescer. É o sorriso que eu, mesmo distante, consigo imaginar que ela ofereceu ao meu pai e do beijo que provavelmente lhe entregou em seguida.
É por toda a sabedoria que ela - mais uma vez - me transmitiu sem perceber.
segunda-feira, 12 de junho de 2017
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