Esperança. E tudo dela dentro dos seus pequenos e instintivos olhos castanhos.
Tudo de mim. Um tanto a mais de você.
E um vazio que se preenche sozinho, com um breve sorriso seu.
Você, que se diz tão distante do que é humano, talvez porque o humano não é necessariamente bom.
Talvez porque, pra mim, você continue sendo a esperança que as vezes falta mundo afora. Porque é só em você que eu enxergo tamanha nobreza.
Porque é no seu colo que eu quero mergulhar. E me afogar.
Essa cor nada peculiar dos seus olhos me faz ter fé na vida. Me faz te encontrar sempre que começo a fitar demais o espelho.
É em você - no seu eu já tão meu - ou nesse seu par de pequenos e instintivos olhos castanhos, que eu sou minha e sua de uma só vez.
No final, é tudo sobre você. E continuará sendo.
É tudo sobre a minha intensa e exclusivamente real história de amor, esperança e fé.
Sobre todos os sentimentos mais nobres que já tive, graças ao seu par de pequenos e instintivos olhos castanhos.
domingo, 18 de setembro de 2016
terça-feira, 6 de setembro de 2016
A primeira vez que ela se afogou
A neblina escurecia a paisagem, que por si já era bastante densa.
O mar não tinha a mesma cor clara e azul de outrora. Embora parecesse a mesma de tempos remotos, a praia agora trazia à tona um mar escuro e esverdeado.
Suzi viu aquela figura familiar entrando na água, que não trazia nem sequer uma pequena onda.
Chamou-o pelo nome, mas ele não se virou para respondê-la, nem mesmo com um breve olhar.
Continuava a caminhar em direção ao fundo, se distanciando cada vez mais da praia - que de bonita agora não tinha quase nada.
Ele seguia de forma constante, como se dali surgisse todo o tempo do mundo - ou, daquele mundo.
Ela continuou chamando-o e finalmente decidiu segui-lo mar adentro.
Ele apenas ignorava sua presença. Fingia não escutá-la enquanto ela gritava seu nome a plenos pulmões.
Finalmente, perdeu o apoio da areia nos pés, já não alcançava o chão sem que pra isso ficasse totalmente submersa.
E tudo finalmente escureceu.
Sentia a água salgada invadindo seu corpo, entrando por seus ouvidos e seu nariz. E resignada, ela compreendeu que tudo ali escureceria por completo.
Num súbito sopro, ela despertou.
Se via completamente deitada na areia fria, com o corpo dele inclinado em sua direção - lhe parecia que ele acabara de lhe fazer uma ressuscitação depois de vê-la afogar-se.
Ela lhe olhou furtivamente nos olhos, esperando que ele lhe dissesse uma palavra qualquer, mas de sua boca nada saiu. Os olhos dele, aqueles olhos castanhos em quase toda sua totalidade - mas esverdeados em volta - carregavam apatia. Não traziam qualquer expressão.
E apesar disso - como em outros momentos agora já tão distantes - pareciam lhe despir a alma.
Finalmente, Suzi acordou.
Estava segura nos travesseiros macios de sua cama.
O mar não tinha a mesma cor clara e azul de outrora. Embora parecesse a mesma de tempos remotos, a praia agora trazia à tona um mar escuro e esverdeado.
Suzi viu aquela figura familiar entrando na água, que não trazia nem sequer uma pequena onda.
Chamou-o pelo nome, mas ele não se virou para respondê-la, nem mesmo com um breve olhar.
Continuava a caminhar em direção ao fundo, se distanciando cada vez mais da praia - que de bonita agora não tinha quase nada.
Ele seguia de forma constante, como se dali surgisse todo o tempo do mundo - ou, daquele mundo.
Ela continuou chamando-o e finalmente decidiu segui-lo mar adentro.
Ele apenas ignorava sua presença. Fingia não escutá-la enquanto ela gritava seu nome a plenos pulmões.
Finalmente, perdeu o apoio da areia nos pés, já não alcançava o chão sem que pra isso ficasse totalmente submersa.
E tudo finalmente escureceu.
Sentia a água salgada invadindo seu corpo, entrando por seus ouvidos e seu nariz. E resignada, ela compreendeu que tudo ali escureceria por completo.
Num súbito sopro, ela despertou.
Se via completamente deitada na areia fria, com o corpo dele inclinado em sua direção - lhe parecia que ele acabara de lhe fazer uma ressuscitação depois de vê-la afogar-se.
Ela lhe olhou furtivamente nos olhos, esperando que ele lhe dissesse uma palavra qualquer, mas de sua boca nada saiu. Os olhos dele, aqueles olhos castanhos em quase toda sua totalidade - mas esverdeados em volta - carregavam apatia. Não traziam qualquer expressão.
E apesar disso - como em outros momentos agora já tão distantes - pareciam lhe despir a alma.
Finalmente, Suzi acordou.
Estava segura nos travesseiros macios de sua cama.
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