Eu sofro de gastrite nervosa. Sofro de estresse crônico. De uma gripe que
adquiri com 12 anos e nunca mais curei.
Eu sofro de traumas leves. E dores pesadas.
Eu sofro de ausência. De saudade. De temer ser quem quer que
eu seja, só pela metade.
Eu sofro de sinusite. De rinite. De todos esses “Itis” que
cercam a minha geração.
Eu sofro de pensamentos nocivos, que cobrem o lado bom da
vida, de vez em quando.
Eu sofro de invasão. E sofro de solidão.
Eu sofro de ser só eu. E ser tantas. E todos, ao mesmo
tempo.
Eu sofro problemas que nem sempre são meus.
Sofro de ansiedade e agonia.
Porque é um sofrimento só meu, que me mostra um pouco de
vida estremecida.
Eu sofro de viver agonizando, de vez em quando.
Eu sofro de viver agonizando, de vez em quando.