Certa vez ouvi minha mãe me dizer que eu provavelmente sobrevivi ao parto e saí ilesa de um útero que já me carregava em sofrimento fetal, porque houve uma mulher, alguém de fora da família, que rezava para que a criança esperada ali, viesse com saúde e cheia de vida.
Antes mesmo das rezas, o nome "Julia" já havia sido escolhido pelo meu pai, que o fez em forma de homenagem à pessoa em questão. Homenagem essa que, inclusive, sobreviveria ao tempo.
Cresci ouvindo histórias e contos de fadas, e tendo comigo a certeza de alguém seguindo efetivamente os meus passos, me cuidando e preservando como sendo de seu próprio sangue. Tanto fez por mim, que no auge das minhas adversidades, amorteceu todas as quedas e curou com maestria à todas as feridas, me deixando livre de qualquer trauma.
Fez por mim, o que nem o meu próprio sangue ousou fazer.
E hoje eu sei, que dentro de mim, quase tudo pertence a ela.
A foto continua estampada no mural daquele espaço que ganhei em sua vida. Sua casa, ainda tem o seu cheiro e só a espera retornar para que tudo se renove uma vez mais.
Minhas mãos ainda estão aqui, loucas pra oferecer a ela aquele abraço leve e bom que a deixa tão sem jeito. E hoje estou aqui, oferecendo também as mesmas preces que me salvaram a vida no início disso tudo.
Reage. Retorna. Luta. Fica comigo.
Que sem você eu sou uma neta perdida. E só você pode me dar esse colo.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
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