THERE'S NOTHING YOU CAN MAKE THAT CAN'T BE MADE.

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segunda-feira, 25 de abril de 2011

Um lugar nosso...

Seguimos pela longa estrada, que refletia em seu horizonte o sol poente.
Mesmo com a responsabilidade em manter firme a direção do volante, ele em poucos momentos deixara de me dar a mão.
Ao chegarmos, nos deparamos com um céu azul-marinho repleto de estrelas, que nos pareciam estar mais próximas do que nunca. O centro da cidade por onde passamos era animado, enfeitado por intermináveis lojas e o cheiro de maresia, sentido há quilômetros de distância.

Ele passara pelas ruas me mostrando cada detalhe que lhe parecesse familiar. Apontava determinados lugares e eu me mantinha apenas sorridente, como era de se esperar, visto que estava em um lugar ao qual jamais havia visitado.
Rodamos por pequenas estradas próximas a praia e finalmente paramos em nosso destino. Uma casa bela e acolhedora, com pessoas que nos receberam empolgadas.
Passamos vagos minutos em conversas tranqüilas, e a noite se estendeu até que estivéssemos sozinhos na rede, cuja qual nos serviu para que pudéssemos nos sentir mais próximos fisicamente, e assim expressar todo e qualquer carinho.
O cansaço era tanto que mal conseguimos manter os olhos abertos para assistir a um filme. Despertado de seu cochilo, ele me chamou calmamente com simples sussurros para que fossemos nos deitar em nosso quarto.
Passamos um longo tempo deitados na mesma cama. Ele se virara em direção às minhas costas, me abrando firme em uma espécie de concha. Assim permanecemos, até que eu decidisse ir para minha cama, que ficava ao lado, para que não fosse desrespeitoso com seus pais, que tanto nos pareciam prezar.

A satisfação por acordar sabendo que o tinha ao meu lado era tamanha que mal tive tempo para pensar se estava realmente acordada, ou ainda sonhando.
Me dirigi até ele, que logo me deu espaço para que eu me deitasse ao seu lado. E nesse momento, foi a minha vez de abraçar suas costas firmemente e lhe transmitir a mesma segurança que ele me passara na noite anterior.
Logo após levantarmos e tomarmos nosso café-da-manhã decidimos ir até a praia.
O sol escaldante nos sufocava em meio ao enorme calor que se formava na região. Ele caminhava junto a mim sob a água clara e morna do mar, segurando-me pela mão direita.
Passamos parte de nossa manhã subindo por imensas pedras que encontramos na divisa de uma praia para a outra. Ele seguia na frente, mas sempre com muito cuidado, me dando assistência para que eu não me desequilibrasse ou escorregasse e caísse.
Em alguns momentos, deixávamos de simplesmente escalar as enormes pedras da praia para apreciar a paisagem linda que se fazia por ali. Uma paisagem a qual eu jamais havia visto igual.
Após tomarmos um refrescante banho de mar, voltamos a caminhar em direção à casa onde os pais dele nos aguardavam para fazer a próxima refeição. Entramos na piscina, e logo notamos a tarde chegar, deixando a água ligeiramente gelada. Dividíamos o mesmo colchão flutuante, e eu sorria incansavelmente, ao mesmo tempo em que o notava e fitava o quão lindo ficara seu semblante enquanto mantinha os cabelos escuros molhados.
O achara bonito em todos os sentidos, e até mesmo quando ele insistia em não aparecer em fotos por conta de uma baixa auto-estima.
Não poderíamos permanecer mais que alguns minutos, e logo arrumamos nossas malas para seguirmos novamente rumo à cidade grande.

Músicas antigas e melodias marcantes que nos acompanhavam em meio a estrada.
Eu mantinha minhas mãos firmes na nuca dele, e conversávamos calmamente durante o percurso. Ele dançava sentado ao banco do carro enquanto dirigia, em sua maneira divertida e engraçada de se mover, e fazia-o propositalmente apenas para me fazer gargalhar.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sem hipocrisia

Queria poder lamentar, ou simplesmente dizer que não os vejo de forma tão ridiculamente infantil. Mas, infelizmente isso já não me cabe.
Essa tal hipocrisia me causa ânsia, e uma ligeira agonia.
E qual é a razão específica pra que isso se ocasione? É simples e trivial...eu não posso controlar o que sinto, e especialmente o que penso em relação aos outros e a mim mesma.
Cometi erros, e em sua grande maioria se trataram de erros incorrigíveis e inaceitáveis. Seria argumentar banalmente que os fiz apenas por agir como ‘um ser humano que erra’. A verdade é que eu tinha escolhas, e em um determinado momento agi impulsivamente, respeitando somente aos meus desejos e ignorando qualquer sentimento que eu fizesse surgir em todas as pessoas das quais me aproximei.
Outra banalidade seria me desculpar, visto que por mais de uma vez o fiz e não tive qualquer resultado positivo quanto a isso. Em alguns momentos recebi indiferença, e em outros, um falso ‘perdão’ que em seguida foi criticado pelos mesmos que diziam se importar com o que quer que eu pensasse.
Então, considerem que nesse exato momento tive meu breve surto de realidade e estou aqui apenas para dar meus parabéns e bater palmas à toda essa falta de ética que insiste em me perseguir.

Palmas à você que arrumou argumentos pouco convincentes pra me criticar, só porque também não conseguiu viver sua historinha frenética de amor comigo, e por isso passa parte de seu tempo livre me definindo com inúmeros adjetivos pejorativos.

E, é claro, palmas a mim mesma por saber me desvencilhar de uma atitude desse gênero e tomar por certa a escolha que fiz quando aceitei amar quem atualmente eu amo, pois há uma divergência gritante de amar um homem ao invés de um simples ‘garoto’.