Não que fosse de um ego espantosamente frágil, mas havia nele algo que eu não entendia.
Era intenso, doce, leve e inquieto. E a cada palavra, se tornara um pouco mais terno e ligeiramente compreensivo.
Veio ao mundo como o único filho de uma relação instável.
Desenvolveu, ao longo dos anos, uma pequena dificuldade na fala, provida de seus traumas de infância.
Carregava nas mãos calos e sonhos, que gritava aos quatro ventos, cantando a vida como quem garante a vitória iminente.
Apaixonado pelo próprio espírito e movido por uma falsa modéstia que o tornava o que ele era para toda e qualquer aventura da madrugada: Encantador.
Os cabelos claros refletiam nele a breve imagem de criança, um garoto sem rumo, que eu jurei em segredo proteger.
Havia naquele rosto, os olhos mais verdes que já vi.
E mesmo crendo que o pecado nada mais era que um puro ato de ingenuidade, suas provocações tiravam parte do ser sublime que eu fui um dia.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
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