Me lembro de correr aos braços da criatura mais pura que já existiu na minha mente. O mesmo colo que me carregou por intermináveis nove meses, até que eu fosse capaz de vir ao mundo com o mínimo de força que se exige de um ser humano.
Ainda me fragilizava com a reação que suas palavras de conforto mantinham sobre mim, enquanto minhas lágrimas escorriam sem que eu tivesse a obrigação de lhe dar explicações.
Não era aceitável para minha consciência que eu lhe escondesse tantos pedaços parcialmente revelados da minha vida. Guardar segredos com relação à ela era de um enorme peso, e um grande erro.
Me lembro de choramingar feito uma criança que acaba de se machucar. As mãos dela me seguravam, era, de fato, o porto mais seguro que eu jamais tivera e só o fato de pensar em prosseguir sem ela, me causava amargura e descrença sobre todas as forças que conspiram positivamente a favor de qualquer um que não seja eu.
Me lembro das injustiças que a ela estendi, e o peso de não ser a filha de seus sonhos pesará ainda mais nos meus ombros se algo, futuramente, sair errado.
Não me deixe, ainda não.